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FCT e o MCTES co-organizaram Workshop de Alto Nível da Science Europe sobre o EEI

Dirigentes de instituições de investigação nacionais, Ministros e Secretários de Estado para a Investigação Europeus e a Comissária Europeia Mariya Gabriel reuniram-se hoje online no âmbito do 12º Workshop de Alto Nível da Science Europe sobre o Espaço Europeu de Investigação (EEI).  

Organizado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), o evento debateu a questão sobre como a investigação e inovação (I&I) podem contribuir para a recuperação da crise e da resiliência social, no contexto de uma cultura de investigação crescente.

Na sequência da pandemia COVID-19, a Europa enfrenta desafios excecionais nas áreas da saúde, da economia e da sociedade. “O atual clima global levou as organizações de investigação a uma reflexão profunda sobre o papel da EEI, 20 anos após sua criação. É necessário identificar as mudanças na cultura de investigação que devem ser tratadas com urgência e desenvolver coletivamente uma nova visão para a I&I europeia”, explicou Marc Schiltz, Presidente da Science Europe. “Esta crise demonstrou, mais do que nunca, a mais valia da cooperação – não só entre disciplinas, mas também entre sectores, participantes e fronteiras”, acrescentou Helena Pereira, Presidente do Conselho Diretivo da FCT.

“Portugal, como próximo anfitrião da Presidência do Conselho da União Europeia, está empenhado em promover os debates entre as principais organizações de investigação da Europa para melhor compreender os desafios que enfrentamos”, afirmou Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal. “Lidar com a incerteza, o risco e o desconhecimento quanto ao futuro, sobre os quais o novo coronavírus SARS-CoV-2 veio tão prontamente alertar-nos é, de facto, o panorama de todas as sociedades modernas e o melhor que podemos transmitir às gerações futuras. Requer aprender mais e fortalecer a investigação colaborativa, rumo a novas fronteiras do conhecimento, promovendo melhores carreiras de investigação na Europa e defendendo assim o futuro da EEI no cenário internacional robusto e competitivo.”

“Aprofundar essas questões é cada vez mais relevante à medida que este novo coronavírus passa dos animais para os humanos e, embora este seja um processo longe de estar desvendado, sabemos que as doenças zoonóticas, ou zoonoses, têm aumentado devido à pressão que as nossas sociedades e respetivo desenvolvimento económico exercem na natureza. É uma manifestação clara da influência desequilibrada do ser humano na Terra, igualmente expressa através das mudanças climáticas. Presentemente, a possível demonstração científica dessas relações com a pandemia com que vivemos agora requer mais conhecimentos para podermos fazer perguntas mais precisas e complexas e entender melhor os riscos que corremos, bem como evoluir nesta nova era geológica do Antropoceno”, destacou ainda Manuel Heitor.

Ottoline Leyser, Diretora Executiva do UK Research and Innovation, abordou a evolução da cultura de investigação, e a Professora Helena Pereira, abordou formas para incrementar a investigação colaborativa e a investigação multidisciplinar quebrando barreiras. A última sessão ministerial deu as boas-vindas à participação da Comissária Mariya Gabriel, que apresentou o plano da Comissão Europeia para a nova EEI e apelou à colaboração para a concretização deste ambicioso projeto. À intervenção da Comissária seguiram-se as intervenções de Ministros e altos funcionários ministeriais da Eslovénia, Bulgária, Roménia, Noruega, Suíça, Áustria, Alemanha e Portugal sobre o desenvolvimento de políticas de investigação para uma sociedade Europeia mais resiliente.

Os resultados deste workshop irão contribuir para a implementação das prioridades da política de investigação e inovação da Presidência Alemã do Conselho da UE (incluindo as aguardadas conclusões do Conselho sobre o EEI) e informarão as seguintes presidências, Portuguesa e Eslovena.